Livro: A casa dos espíritos
Titulo Original: La casa de los espiritus
Autor: Isabel Allende
Editora: Bertrand
Ano: 1991 (ano da minha edição)
Avaliação: 5/5
Sinopse:Bestseller internacional considerado pela crítica um clássico da literatura latino-americana, "A Casa dos Espíritos", romance transcendental de Isabel Allende, conta a saga da turbulenta e numerosa família Trueba, do Chile, com o seu patriarca angustiado e suas mulheres clarividentes. Trata-se de uma narrativa vertiginosa que se alimenta de si mesma e parece tender ao infinito. É no seu desfecho que se alcança o efeito trágico da obra cujo limite não é o esgotamento das narrativas, mas um golpe de Estado que metamorfoseia as narrativas em sangue nas sarjetas e as palavras em silêncio. Num panorama da história chilena que vai de 1905 a 1975, desfilam personagens como Esteban Trueba, latifundiário e senador; Clara, sua mulher clarividente e Alba, sua neta, jovem, socialista e, portanto adversária do patriarca e de seus cúmplices. (Fonte: Skoob)
Comentários:
Para mim, foi uma das poucas vezes em que o realismo fantástico se provou mais real e humano que uma biografia. Isabel Allende não nos conta apenas a história de uma família, mas de um povo, de uma nação, de um momento histórico.
Essa foi uma das escolhas despretensiosas que fiz para o Desafio Literário (sim está atrasado mais uma vez, mas esse livro exigiu um cuidado, um carinho e um tempo maior de leitura que cedi sem questionar) quando vi que o tema era sobre livros que já tinham sido proibidos e vi que A Casa dos Espíritos estava na lista decidi por essa leitura por simplesmente já ter ouvido falar e fiquei curiosa, por fim, foi uma das minhas melhores leituras.
Neste livro Isabel Allende irá contar toda a história da família Trueba, a começar por Esteban Trueba, um homem simples que fez tudo para subir na vida se tornando um homem duro, agressivo, tradicionalista e democrata, sendo ele o eixo central para o restante, como Clara, a clarividente, sua esposa e o personagem que carrega grande parte da fantasia da história, ela possui o dom de falar com os espíritos, mover objetos com a mente, prever o futuro e tantas outras habilidades que ela vai demonstrando ao decorrer da história e a narrativa segue por seus filhos e culmina em sua neta Alba, que é o oposto de seu avô, mas ambos acabam por serem participantes da parte mais densa e mais bonita da história.
No início o que mais me gerou estranhamento durante a leitura foi o que mais me cativou no fim, que é justamente o estilo narrativo de Isabel Allende que se utiliza de múltiplos narradores durante a história, um narrador em terceira pessoa, a narrativa de Esteban Trueba e no fim há também a narrativa de Alba, e essa troca de narradores muitas vezes não tem demarcação durante o texto, o que causa o estranhamento, mas assim que se pega o ritmo da leitura é o que mais encanta, pois além de criar vários pontos de vista é possível ter empatia com personagens, ver pontos serem abordados por perspectivas diferentes, o que normalmente em uma narrativa em terceira pessoa não aconteceria.
Os personagens são um show a parte que Isabel Allende traz ao leitor, por trabalhar a evolução de uma família é necessário muitos personagens e quando um autor tem que trabalhar com um elenco tão grande, muitas vezes algum é esquecido durante o caminho ou não é bem trabalhado o que não acontece em momento nenhum neste livro, os personagens são bem trabalhados, vão evoluindo e ganhando espaço e mais do que dar um destino a eles Allende dá um propósito, não há personagem que aparece levianamente, todos tem um porquê de ser e estar no momento em que aparecem.
Este livro me encantou por todos os seus aspectos, a narrativa de Allende, o enredo, o pano de fundo, os personagens, o suave traço de fantástico, enfim, tudo, e a considerar que este é o romance de estreia da autora não posso estar menos do que empolgada para ler seus outros livros.
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