24 de fevereiro de 2013

Projeto Cronológico



Estava pensando em alguns projetos novos para o blog e decidi aproveitar uma mania que tenho (a de gostar de acompanhar alguma coisa por sua ordem cronológica) e criei o “Projeto Cronológico” em que vou escolher algum quesito entre filmes, livros e séries (pode ser a obra de um autor, a saga de um personagem, os filmes de um ator ou diretor específico, entre outras coisas que me forem surgindo) e com essa seleção irei seguir uma ordem cronológica. 
Para começar esse projeto vou escolher a saga de livros do personagem Sherlock Holmes de Sir Arthur Conan Doyle. 

Lista de livros: 
  • Um estudo em vermelho (1887) – romance  (resenha)
  • O signo dos quatro (1890) – romance
  • As aventuras de Sherlock Holmes (1892) – contos
  • Memórias de Sherlock Holmes (1894) – contos
  • O cão de Baskervilles (1902) – romance
  • O retorno de Sherlock Holmes (1905) – contos
  • O vale do terror (1915) – romance
  • O último adeus de Sherlock Holmes (1917) – contos
  • Os arquivos de Sherlock Holmes (1927) – contos

Ps: não vou estipular um prazo para cumprir esses projetos (já estou em tantos desafios que seria quase humanamente impossível cumprir tudo) mas conforme for postando as resenhas vou atualizando essa página. 
Sintam-se a vontade para entrar no projeto e escolher o que gostarem para seguir em ordem cronológica. 

20 de fevereiro de 2013

Um estudo em vermelho – Sir Arthur Conan Doyle


Livro: Um estudo em vermelho
Titulo Original: A study in scarlet
Autor: Sir Arthur Conan Doyle
Editora: FTD
Ano: 1991 (ano da edição)
Avaliação: 4/5
Sinopse:O cadáver de um homem, nenhuma razão para o crime. É a primeira investigação de Sherlock Holmes, que fareja o assassino como um “cão de caça”. Lamentava-se de que “não há mais crimes nem criminosos nos nossos dias”, quando, nesse instante, recebe uma carta a pedir a sua ajuda — o cadáver de um homem foi encontrado numa casa desabitada, mas não há qualquer indício de roubo ou da natureza da morte. Sherlock Holmes não resiste ao apelo, mas sabe que o mérito irá sempre para a Polícia.



Comentários:  
Após ver diversas adaptações de um personagem que eu supunha conhecer, decidi ir direto à fonte e saber quem realmente era Sherlock Holmes. 
Personagem criado por Sir Arthur Conan Doyle, em 1887, e suas aventuras se iniciam no livro “Um estudo em vermelho”. 
O livro não vai falar muito sobre a vida de Sherlock, sua história, justamente por ser narrado por Watson (e por esse motivo a vida de Watson “pré-Sherlock” é melhor abordada) a história começa a partir do momento em que eles se conhecem. Watson, um ex-médico do exército, que após ser ferido na guerra é dispensado acaba encontrando Holmes, um ser misterioso que apesar de não se conhecer nada sobre ele parece saber tudo sobre os outros. Holmes está procurando alguém com quem dividir um apartamento (e é ai que surge o famoso endereço na 221B da Baker Street) e com isso a vida deles se liga. 
Conforme a narrativa segue descobre-se que Sherlock é um “detetive-consultor” (como ele próprio se nomeia) que usando de sua incrível habilidade de dedução e raciocínio analítico, ajuda àqueles que não conseguem desvendar algum mistério. E é justamente sobre um crime que aparenta ser sem solução que se baseia a história. 
Não vou comentar muito sobre o crime, pois um dos elementos da narrativa é ir juntando todas as informações que forem surgindo. 
O livro é dividido em duas partes: a primeira é narrada por Watson e possui uma cadência leve e rápida. Não possui as extensas linhas de raciocínio características da narrativa em primeira pessoa, os diálogos são parte integrantes do texto e é dessa forma que pode-se conhecer os pontos de vista dos outros personagens. Já na segunda parte há uma mudança de narrador e aqui senti uma quebra de fluxo, há mais linhas de raciocínio e o ritmo é mais lento. Porém as partes do livro se completam dando sentido a história. 
Após a leitura minha concepção sobre Sherlock Holmes mudou um pouco, esperava mais cenas de ação (como vi em alguns filmes), mas a agilidade do texto se dá toda pela linha do raciocínio e não por cenas de luta, porém como este livro ainda é o primeiro da série que irá contar a história desse personagem vou esperar pelos próximos livros que tratam do famoso detetive. 

“...Eu não teria vindo se não fosse por você. E teria perdido o mais interessante estudo com que já me deparei: um ‘Estudo em vermelho’, hein? Por que não usarmos um pouco a linguagem artística? O fio vermelho do crime entremeia-se à meada descolorida da vida. Nossa missão é desenrolá-lo, isolá-lo, expondo-o em toda sua extensão.” p. 55 

14 de fevereiro de 2013

O Guia do Mochileiro das Galáxias – Douglas Adams



Livro: O Guia do Mochileiro das Galáxias
Titulo Original: The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy
Autor: Douglas Adams
Editora: Arqueiro
Ano: 2004
Avaliação: 5/5
Sinopse:Arthur Dent tem sua casa e seu planeta (sim, a Terra) destruídos em um mesmo dia, e parte pela galáxia com seu amigo Ford, que acaba de revelar que na verdade nasceu em um pequeno planeta perto de Betelgeuse.
Este é o primeiro título da famosa série escrita por Douglas Adams, que conta as aventuras espaciais do inglês Arthur Dent e de seu amigo Ford Prefect. A dupla escapa da destruição da Terra pegando carona numa nave alienígena, graças aos conhecimentos de Prefect, um E.T. que vivia disfarçado de ator desempregado enquanto fazia pesquisa de campo para a nova edição do Guia do Mochileiro das Galáxias, o melhor guia de viagens interplanetário. Mestre da sátira, Douglas Adams cria personagens inesquecíveis e situações mirabolantes para debochar da burocracia, dos políticos, da "alta cultura" e de diversas instituições atuais.

Comentários:  
Para o tema de fevereiro do Desafio Literário, livros que façam rir, decidi ler "O Guia do Mochileiro das Galáxias" e tenho que dizer que foi o livro mais absurdamente lógico que li em toda a minha vida. 
Mal tenho como comentar sobre a narrativa e a história criada por Douglas Adams que além do que está realmente contando traz tantas mensagens em seu contexto, em suas ironias e em suas explicações absurdas, que na verdade fazem sentido. 
No livro vemos a história de Arthur Dent, uma pessoa que em um dia um tanto quanto tumultuado de sua vida, descobre por seu amigo Ford Prefect que as coisas ainda podem piorar, como por exemplo a Terra pode ser destruída e mais, que Ford Prefect não é um humano mas sim um mochileiro das Galáxias que veio para a Terra para poder pesquisar mais para o livro O Guia do Mochileiro das Galáxias, o livro mais conhecido do Universo e que possui em sua capa a frase “Não entre em pânico”. 
Sei que a descrição do livro parece confusa, mas é essa a intenção de toda a história, em meio a confusão contar vários fatos que podem fazer rir, chegar a uma conclusão ou simplesmente pensar. 
A chave que torna o livro uma das minhas melhores leituras, não foi tanto o enredo ou os personagens, mas sim a narrativa ácida de Adams, que torna a história uma aventura, uma comédia, um momento de reflexão e algo totalmente difícil de definir. 
O livro me ganhou logo nas primeiras páginas em que Adams tenta definir a terra e os humanos de um jeito todo particular.

“Muito além dos confins inexplorados da região mais brega da borda ocidental desta galáxia, há um pequeno sol amarelo e esquecido. Girando em torno deste sol, a uma distancia de cerca de 148 milhões de Km, há um planetinha verde-azulado absolutamente insignificante cujas formas de vida, descendentes de primatas, são tão extraordinariamente primitivos que acham que relógios digitais são uma grande ideia.” p. 10

E com esse estilo de escrita a história transcorre, há muitas questões existenciais e filosóficas passadas de maneira tão simples que é fácil pensar “Por que minhas aulas de filosofia não foram assim ?” e muitas reflexões usando de física (mas não atrapalham a leitura se você for como eu cujo único conhecimento de física restante na memória é a lei da gravidade). 
A premissa da história é muito boa, a Terra é destruída e sobra apenas um sobrevivente que terá que descobrir que além de não ser a única forma viva do universo, que a vida fora do planeta que conhece é extremamente complicada. 
Os personagens não são aprofundados, mas suas peculiaridades são bem exploradas e casam perfeitamente com toda a narrativa. 
Peço desculpas se a resenha parece confusa, mas acho que essa é o melhor resultado após ler este livro é ficar com os pensamentos totalmente fora de ordem. Recomendo muito. 
Ps: para aqueles que leram, ou que vão entender depois de ler – agora ando com uma toalha na bolsa rs. 

“Apenas seis pessoas na Galáxia sabiam que a função do presidente não era exercer poder, e sim desviar a atenção do poder” p. 37


“- Está bem – disse Ford -, mas não entre em pânico!- Quem é que falou em pânico? – gritou Arthur. – Isso é só choque cultural. Espere só até eu conseguir me situar e me orientar. Ai é que vou entrar em pânico!” p. 58 


“... – Que importância tem isso? A ciência conseguiu algumas coisas fantásticas, não vou negar, mas acho mais importante estar feliz do que estar certo” p. 140 


10 de fevereiro de 2013

[Teatro] Musical – A Família Addams



A Família Addams foi um dos últimos musicais que assisti no ano passado, e era o que tinha mais receio principalmente devido às criticas negativas que a peça original norte-americana sofreu, mas para a edição brasileira o roteiro passou por alterações e essas tornaram o texto tão nacional e tão nosso que este musical foi um dos melhores que vi.
A história começa quando Wandinha se descobre apaixonada, porém para o grande desespero de seus pais ela gosta de um garoto “normal” e por isso vai tentar fazer com que a família aceite o rapaz e tente ser um pouco menos assustadora. 
A história parece não ter muito assunto para render, e assumo que quando vi as primeiras notícias sobre o musical achava que ele iria abordar um pouco mais sobre a história dessa família, que é criação do cartunista Charles Addams, porém isso não ocorre e a peça tem seu desenvolvimento sobre o envolvimento de Wandinha com seu namorado e sua família, mas com muitos toques de humor e situações inusitadas fazendo com que as quase três horas de espetáculo mal sejam percebidas. 
A cenografia foi um dos elementos que mais me encantou o cenário e os detalhes estavam perfeitos, a produção teve o cuidado de não deixar de fora quase nenhum elemento que caracteriza o desenho original, como a mãozinha e o primo Itch. 
As musicas foram muito bem construídas e montadas, as letras estavam perfeitas com as situações e foi neste ponto em que mais se pode sentir as adaptações que tinha mencionado anteriormente, como em um momento em que a Vovó está conversando com o Feioso e faz referência a música “ai se eu te pego” ou em outra cena em que é dançado o Gangnam Style. 
Os atores merecem uma observação especial, apesar de a Marisa Orth não estar presente quando fui assistir, o papel de Morticia foi muito bem interpretado por sua substituta (juro que procurei o nome, mas não achei) e os outros atores ficaram muito bem no papel mas quero destacar o Claudio Galvan e o Rogério Guedes que deram a vida a Fester e Tropeço, respectivamente, trazendo as características tão marcantes desses personagens e claro que não poderia deixar de mencionar o ator Daniel Boaventura que interpretou Gomes e foi brilhante. 
Um musical divertido e muito bem produzido. 

4 de fevereiro de 2013

Listas Aleatórias: 8 motivos para ver Os Miseráveis




1- O trailer já é de seduzir. A primeira vez que vi, derramei várias lagrimazinhas. Se o trailer já provoca esse efeito, imagina o filme?



2- Se você é fã de musicais, esse filme é um must see. Tem toda a grandiosidade da Broadway e desejei, em vários momentos, estar realmente no teatro para ovacionar determinadas cenas.

3- E é dramático, então se você curte uma boa cena dramática, regada a solos sentidos, em que o personagem coloca sua alma em cada nota, vale a pena.

4- As interpretações são fantásticas, mas o destaque vai para Fantine (Anne Hathway) e Jean Valjean (Hugh Jackman), que colocam tanta emoção em cada cena - principalmente Fantine, que apareceu tão pouco, mas foi o bastante para ser a minha interpretação favorita.

5- Apesar dos (muitos) momentos dramáticos, tem algumas cenas que conseguem arrancar uma ou outra risada, e isso fica por conta, principalmente, das cenas com o casal Thénardier (Sacha Baron Cohen e Helena Boham-Carter), como os dois picaretas da história.

6- A parte histórica também não deixa a desejar. Mostrando o quanto o povo estava insatisfeito com a monarquia, em busca de ideais de igualdade entre as classes, a Revolução de 1832 foi sangrenta. E mostrar os estudantes e seus ideais, os sonhos de uma França mais justa, é uma das partes mais emocionantes do filme. Passei o resto do dia cantarolando "Do you hear the people sing?".

7- É um excelente motivo para dar chance à literatura clássica e se aventurar a ler as obras de Victor Hugo, autor de Os Miseráveis. Pelo pouco que li dele, com certeza vale a pena.

8- A história é, acima de tudo, uma história sobre esperança. Seja ao mostrar Jean Valjean, que tinha tudo para se desgraçar (mais ainda), mas que teve uma oportunidade e aproveitou-a, mudando a vida de tantos personagens com quem entrou em contato, seja ao mostrar os estudantes revolucionários, que buscavam melhorar a sua nação. Tudo isso concentrado no casal Marius e Cosette, representando esta esperança a ser sempre buscada e ansiada.