27 de abril de 2016

[Filme] A Onda



Sinopse: 
Em uma escola da Alemanha, alunos tem de escolher entre duas disciplinas eletivas, uma sobre anarquia e a outra sobre autocracia. O professor Rainer Wenger (Jürgen Vogel) é colocado para dar aulas sobre autocracia, mesmo sendo contra sua vontade. Após alguns minutos da primeira aula, ele decide, para exemplificar melhor aos alunos, formar um governo fascista dentro da sala de aula. Eles dão o nome de "A Onda" ao movimento, e escolhem um uniforme e até mesmo uma saudação. Só que o professor acaba perdendo o controle da situação, e os alunos começam a propagar "A Onda" pela cidade, tornando o projeto da escola um movimento real. Quando as coisas começam a ficar sérias e fanáticas demais, Wenger tenta acabar com "A Onda", mas aí já é tarde demais.

Comentários:
A Onda era um filme que eu queria assistir faz muito tempo, mas nunca rolou, considerando que ele está no Netflix e que acho a situação atual do país bem propícia para esse tipo de reflexão, finalmente tirei o desejo do armário e fui assistir a esse filme que me deu muito o que pensar. 

Tendo como enredo um professor colegial na Alemanha que acaba tendo que ensinar para seus alunos sobre a autocracia (resumindo, um regime em que uma posição governante lidera massas retendo o poder absoluto em todos os níveis de Estado). Para essa matéria ele decide que a melhor maneira de explicar isso para seus alunos e mostrar, na prática, como se fundamenta um regime fascista na própria sala de aula, sendo ele o líder e criando um grupo com  os alunos que chega ao ponto de ter seu próprio uniforme, espaço, saudação. Porém o andamento do grupo acaba saindo de seu controle e indo para fora da sala, afetando vários estudantes e mostrando como esse tipo de pensamento se instala e germina na concepção das pessoas. 


Esse filme traz várias reflexões, primeiro que ele explora todas as bases desse tipo de regime, como ele nasce, baseado em insatisfações sociais e como ele se dissemina, baseado na política do grupo e da união, e a reflexão está em toda a parte nesses conceitos, afinal os alunos realmente demonstram melhoras com essa política, ficam mais unidos, ignoram suas diferenças em busca da melhora do grupo, porém são levados a acabarem com sua individualidade em vários níveis e por oprimir o outro com pensamento contrário. 

Vemos também na figura dos adolescentes como surgem os extremistas, e como até o não esperado acaba por se envolver nesses ideais, como uma voz de poder pode levar um grande grupo a realizar muitas coisas. 


As cenas finais são desconstruções e um “olhar para dentro do abismo”, o filme traz vários momentos de impactos em que até quem está assistindo pode perceber o rumo das situações e a grande semelhança com movimentos históricos que foram baseados nesse mesmo princípio (como o nazismo e o fascismo). 

E antes que surja um pensamento de que esse filme possa ter exagerado e que na verdade as pessoas hoje já são muito esclarecidas contra esse tipo de manipulação, saiba que ele foi baseado em fatos reais, com um professor norte-americano que foi demonstrar para seus alunos que não conseguiam entender como o regime nazista se instaurou na Alemanha. 


Um filme que recomendo para aqueles que gostam de pensar sobre essas questões políticas ou para quem tem uma curiosidade sobre o assunto, na verdade um filme que recomendo no geral.


Título original: Die Welle
Duração: 108 min.
Direção: Dennis Gansel
Roteiro: Dennis Gansel
Elenco: Jürgen Vogel, Frederick Lau, Max Riemelt etc. 
Ano: 2009
Avaliação: 4/5

8 de abril de 2016

[Por onde andei] Galeria do Rock Walking Tour – Roteiro Histórico


Após um roteiro cultural e outro por galerias, fechar a tríade de passeios com o roteiro histórico foi perfeito, pois após conseguir mudar o olhar para um ponto tão conhecido na cidade é preciso descobrir e pensar sua origem e trajetória para poder entender o que ele se tornou hoje. 

Depois de três passeios eu já estava acostumada ao deslumbramento de poder reparar em lugares e prédios que eu sempre passei em frente, porém não dei muita atenção, mas esse passeio foi diferente, poder imaginar como São Paulo começou, ver a placa dos fundadores de São Paulo no Pátio do Colégio, traz outra emoção.

O Roteiro se iniciou no Pátio do Colégio, onde foi explicada a história da fundação da cidade e mostrado prédios que ainda guardam suas arquiteturas históricas. Conhecemos a casa número 1,  visitamos o solar da Marquesa de Santos, andamos pelas ruas do centro, passamos na esquina do samba, conhecemos bancos de diversas nacionalidades a aprendemos a ver pela arquitetura suas fases durante os anos, passamos pelo viaduto do chá, shopping Light, o teatro Municipal e fechamos na Galeria do Rock. 

Esse foi um breve resumo do roteiro (na verdade há outros lugares com mais histórias, porém se eu for escrever tudo aqui acho que perde um pouco a emoção do passeio), mas quis deixar esses lugares destacados pois eles nos transportaram para nosso passado, para a São Paulo de sua formação, seu crescimento acelerado e a busca para resolver os problemas de uma população que a cada dia aumentava seu número (situação que ainda passamos hoje), conhecer toda a ascensão e a triste queda do centro, um lugar tão marcante e tantas vezes mal interpretado dessa cidade. 

Esse passeio foi um dos que mais me fez refletir, pois é inegável que muito do que somos hoje é resultado desses primeiros anos, fomos e ainda somos uma cidade de grande importância para a história do país, em nosso centro guardamos o grande peso de muitos marcos, a fundação, o encanamento de rios, o comércio do café, o samba, depois a decadência de seu espaço quando as pessoas começaram a migrar para a região da Avenida Paulista, e hoje sua grandeza e sua beleza dividem lugar com o descaso, mas ainda guarda em si tantas linhas do que somos. 


E com esses momentos de descoberta, história e reflexão fechei o trio de roteiros propostos inicialmente e posso dizer, com toda a certeza, que essa experiência me marcou muito, mudou meu olhar, me fez refletir e ficará guardada comigo, afinal amo São Paulo e poder parar a correria do cotidiano para admirá-la, entendê-la e desfrutá-la valeu cada minuto. Agora que descobri os prazeres de turistar na minha própria cidade vou me programar para outros passeios e poder “reconhecer” lugares que meu olhar ainda não vê realmente. 


O tour foi realizado por Galeria do Rock Walking Tour, uma parceria entre Instituto Cultural Galeria do Rock e I Love São Paulo para trazer uma experiência que irá explorar vários aspectos do centro. Mais informações acesse a página do projeto aqui

Para conhecer o I Love São Paulo acesse aqui.

Para conhecer o Instituto Cultural Galeria do Rock acesse aqui. 

Minhas fotos do tour estão na página do blog, para poder vê-las acesse aqui.