29 de novembro de 2014

[Livro] Eternidade por um fio – Ken Follett



Livro: Eternidade por um fio (terceiro livro da trilogia O Século)
Titulo Original: Edge of Eternity
Autor: Ken Follett
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
Avaliação: 5/5
Sinopse:Durante toda a trilogia O Século, Ken Follett narrou a saga de cinco famílias americana, alemã, russa, inglesa e galesa. Agora seus personagens vivem uma das épocas mais tumultuadas da história, a enorme turbulência social, política e econômica entre as décadas de 1960 e 1980, com a luta pelos direitos civis, assassinatos, movimentos políticos de massa, a guerra do Vietnã, o Muro de Berlim, a Crise dos Mísseis de Cuba, impeachment presidencial, revolução... e rock and roll! Na Alemanha Oriental, a professora Rebecca Hoffman descobre que durante anos foi espionada pela polícia secreta e comete um ato impulsivo que afetará sua família para o resto de suas vidas. George Jakes, filho de um casal mestiço, abre de mão de uma brilhante carreira de advogado para trabalhar no Departamento de Justiça de Robert F. Kennedy e acaba se vendo não só no meio do turbilhão da luta pelos direitos civis, como também numa batalha pessoal. Cameron Dewar, neto de um senador, aproveita a chance de fazer espionagem oficial e extraoficial para uma causa em que acredita, mas logo descobre que o mundo é um lugar muito mais perigoso do que havia imaginado. Dimka Dvorkin, jovem assessor de Nikita Khruschev, torna-se um agente primordial no Kremlim, tanto para o bem quanto para o mal, à medida que os Estados Unidos e a União Soviética fazem sua corrida armamentista que deixará o mundo à beira de uma guerra nuclear. Enquanto isso, as ações de sua irmã gêmea, Tanya, a farão partir de Moscou para Cuba, Praga Varsóvia e para a história. Como sempre acontece nos livros de Ken Follett, o contexto histórico é brilhantemente pesquisado, a ação é rápida, os personagens são ricos em nuances e emoção. Com a mão de um mestre, ele nos leva a um mundo que pensávamos conhecer, mas que nunca mais vai nos parecer o mesmo. (Fonte: Skoob)

Comentários: 
Em Eternidade por um fio, Ken Follett encerra magistralmente a trilogia O Século e devo confessar que após acompanhar seus personagens por tantas páginas, muitos anos e diversas gerações foi quase doloroso fechar o último livro. 
O livro se passa alguns anos depois de o final de O Inverno do Mundo e com o foco em outros personagens na nova geração que está crescendo em um mundo repartido por preconceitos e por política, entre a tensão da disputa entre o capitalismo e o comunismo. 
Os núcleos basicamente são os mesmos, Follett trará personagens americanos, alemães, ingleses e russos, conseguindo abordar com isso o amplo panorama que se mantém entre os anos de 1961 a 2008. 
Nas obras anteriores eu já tinha me apaixonado pelo estilo narrativo do autor, o como ele consegue humanizar situações que até então eram apenas parte de uma aula de história e nesse livro ele se superou nesse intento, pois é a primeira vez em que efetivamente não há uma guerra de confronto físico (que geralmente aumenta o grau de empatia do leitor com o personagem já que seus sofrimentos e dilemas são mais palatáveis), mas a maioria das disputas são jogadas políticas, na verdade esse é o grande enfoque do livro e chega a ser repetido por vários personagens: as pessoas podem lutar por seus ideais e sonhos mas o que realmente muda o mundo são os governos. 
Logo no início um dos focos está no personagem George, um negro que acabou de se formar e tenta construir sua carreira e acima disso, luta pelos direitos civis, e com ele e os personagens que o rodeiam conhecemos e imergimos em um aspecto marcante da história dos Estados Unidos a discriminação com os negros, e magistralmente Follett coloca personagens fictícios participando de situações reais de preconceito e segregação fazendo o leitor mergulhar na dor e na descriminação que cada um deles sofreu, permitindo entender como e porque tudo demorou tanto para mudar. 
Saindo desse ponto temos o conflito principal de Eternidade por um fio, a “guerra” entre o capitalismo e o comunismo, na verdade a disputa entre os EUA e a URSS para tentar provar qual dos seus regimes era o melhor para o futuro e como, na verdade, as pessoas sobre essas políticas acabaram sendo prejudicadas enquanto seus governantes brigavam para mostrar quem era o melhor. Vários conflitos sobre essas diferenças são tratados no livro, como Cuba, Vietnã, Praga, entre outros, mas a lente do autor se foca principalmente no país que virou símbolo dessas diferenças: a Alemanha, a nação dividida entre o capitalismo e o comunismo. 
Um dos mecanismos narrativos de Follett para dar veracidade à suas histórias é usar personagens não ficcionais interagindo com personagens criados pelo autor e nessa obra ele se aprofundou mais ainda nessa técnica, pois grande parte dos personagens está inserido ou evolvido nos contextos políticos e a interação necessária é maior, além de trazer muitos nomes conhecidos como: Martin Luther King, John e Bobby Kennedy, George Bush, Gorbachev, entre outros. 
Confirmei o quanto o livro e a escrita eram muito bons no momento em que me vi torcendo por rumos de ações que eu já sabia o resultado por se pautarem em fatos históricos, como, por exemplo, ficar apreensiva se os EUA ia ou não bombardear Cuba, mesmo sabendo que historicamente isso não aconteceu. Essa apreensão aconteceu em vários momentos durante a narrativa, e o autor conseguiu manter um clima de tensão e até de surpresa com fatos históricos popularmente conhecidos. 
Tenho apenas uma pequena resalva sobre esse livro, por ser o de passagem de tempo mais longa até agora, Follett acaba passando desenvolvendo muito os seus personagens e o leitor acompanha seus envelhecimentos, alguns conhecemos adolescentes e terminam o livro com quase 50 anos. Com isso, no fim, alguns personagens não tiveram seus desfechos definidos, não que haja pontas soltas, por que não há, mas para mim faltou uma pequena conclusão mais definitiva para eles. 
Como sempre disse desde a primeira resenha da Trilogia O Século, e que neste último livro se confirmou, essa não é uma leitura sobre fatos históricos, mas sim uma leitura sobre a natureza humana e suas falhas e grandezas e como essas sim moldaram a história. 


18 de outubro de 2014

6 Observações sobre A Torre Acima do Véu, de Roberta Spindler



Tenho que dizer que fiquei agradavelmente surpresa com a leitura de "A Torre Acima do Véu", da autora paraense Roberta Spindler - que conheci na Bienal do Livro de SP deste ano (e uma whovian também!). Comecei a leitura e fiquei grudada na narrativa, e só não devorei o livro com rapidez porque as responsabilidades (chatas e tediosas) da vida adulta me roubaram o tempo. Mas vamos à lista, que é mais interessante que as minhas reclamações - hehe!

1- Distopia nacional, minha gente! Fui com um pézinho atrás, com certo receio devido à moda de distopias dos últimos tempos e com medo de encontrar um "mais do mesmo". Não é o que acontece aqui. Além de fugir um pouco do "americanicismo" que vemos tanto em distopias atuais, a autora dá uma roupagem nova a este mundo pós-apocalipse, principalmente por situar o enredo aqui na América do Sul, na megacidade Rio-Aires, em que há a constante mistura entre português e espanhol.

2- A narrativa já te pega de jeito no prólogo. O desespero causado pela misteriosa névoa e acompanhar a vida difícil dos que sobreviveram e tiveram que se refugir no alto dos prédios é claustrofóbico e sempre tenso, principalmente por causa dos assim chamados "sombras", pessoas que foram afetados pela névoa e já não se parecem mais com seres humanos normais. E saber o que são os tais "sombras", afinal, é uma das sacadas mais legais no livro.

3- Ainda sobre a narrativa: não há excessos. Não são só cenas de ação ou só drama ou só diálogos. É tudo muito bem balanceado, na medida, sem nada que seja desnecessário ao andamento do plot.

4- Os personagens são ótimos. Adoro a Beca, a protagonista, com toda a sua impulsividade e compaixão; adoro todas as nuances do Rato; adoro nunca saber o que esperar do Emir. São personagens bem montados e que agem como pessoas normais, com suas imperfeições e complexidades. E o melhor de tudo: sem ter uma infinidade de descrições sobre o quanto são belos e perfeitos. O universo criado por Roberta é imperfeito, quebrado, doente - e seus habitantes são sobreviventes, arriscando tudo por uma vida decente.


Fanart de Beca, protagonista de A Torre Acima do Véu
Fanart de Rato - só o meu personagem favorito do livro

5- O universo criado é todo muito coerente. O fato de Beca ter habilidades especiais tem uma explicação muito boa, já que ela não é a única a ser assim. Toda uma geração nascida após o surgimento do véu acabou sendo afetada por sua influência e suas habilidades manifestaram-se nas mais diferentes formas. É bom saber que ela não é "A Escolhida", somente alguém que acabou se envolvendo em algo maior do que ela e que precisa encontrar uma solução, utilizando os meios ao seu alcance para isso.

6- Fugiu do conceito de se ter um poder totalitarista que controle tudo e seja o grande vilão da história. Embora a Torre tenha controle sobre muitas coisas, inclusive sobre o que restou da boa tecnologia encontrada após o surgimento do véu e tenha encoberto fatos e escondido informações do restante da população, eles não são o antagonista aqui. Já é um alívio ler algo um pouco diferenciado, sem ter mais um "Grande Irmão".

No mais, é uma leitura altamente recomendada, podem ler sem medo! ;D

16 de outubro de 2014

[Livro] O silêncio do túmulo – Arnaldur Indridason


Livro: O silêncio do túmulo
Titulo Original: Grafarþögn
Autor: Arnaldur Indridason
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2011
Avaliação: 4/5
Sinopse:Um esqueleto, provavelmente datado da Segunda Guerra, é encontrado nas gélidas imediações de Reykjavík, Islândia. Enquanto um grupo de arqueólogos trata de removê-lo e analisá-lo, cabe ao inspetor Erlendur desencavar histórias escabrosas não resolvidas da região. Mas acontecimentos tão antigos são difíceis de ser retraçados, sobretudo quando nem todo mundo deseja lembrar-se deles. Quem afinal morava no chalé inacabado do alto da colina, e o que aconteceu lá? Pode um crime brutal ter ocorrido no quartel dos aliados, instalado naquele local durante a guerra? Será que a jovem mulher, comprometida com um homem bem-sucedido de uma tradicional família islandesa, jogou-se mesmo ao mar, sem motivo aparente? Essas não são, no entanto, as únicas questões que pairam sobre a cabeça do policial; sua filha, Eva Lind, com quem ele mantém uma relação distante, entrou em coma devido ao abuso de drogas. O acontecimento leva Erlendur a questionar toda a sua vida, bem como a rememorar um trauma de infância envolvendo o irmão e uma tempestade de neve. (fonte: Skoob)

Comentários:
Eu estava em busca de uma leitura diferente, algum elemento que fugisse um pouco do padrão, um autor novo, enfim, foi com esse sentimento que acabei me deparando com a leitura de O Silêncio do Túmulo, de Arnaldur Indridason.
Além de ser um escritor novo em meu repertório, também foge do padrão americano ou inglês, ele é islandês e em si traz características próprias de sua escrita.
O livro tratará de vários mistérios que ocorreram tempos atrás, uma criança acha ossos em uma área de recente expansão, o que leva os investigadores ao centro de um mistério, esse esqueleto pertence há uma época mais remota e talvez seja fruto de um crime. 
Com esses dados Arnaldur trará três investigadores para o caso: Erlendur, Elínborg e Sigurdur Óli. Uma das características dessa obra é que além do crime temos uma abordagem do que está acontecendo na vida dos investigadores. Erlendur, que nunca teve muito contato cm sua família, agora tenta ajudar a filha com graves problemas com drogas; Sigurdur Óli está com problemas de relacionamento com sua mulher, porém a vida de Elínborg, a única mulher da equipe, não é muito explorada. 
Gostei da forma como a investigação é levada durante a história, assumo que por ser um crime que seria pautado apenas em lembranças achei que o ritmo seria lento, mas fui surpreendida, pois durante a investigação descobrimos uma mulher que supostamente se jogou no mar e, além disso, acompanhamos a narrativa de uma família que é oprimida por um homem violento. Com todos esses aspectos é impossível saber o que realmente aconteceu, a narrativa dá voltas e voltas e fiquei sempre mudando de opinião sobre o que tinha acontecido, no fim tenho que dizer que gostei muito da resolução dada. 
Outro grande drama é a relação familiar de Erlendur, principalmente com sua filha, que revelou muitos aspectos do personagem e um tema que é complicado que envolve a distância de pais e filhos e o relacionamento durante e após uma separação. Adorei os dramas e conflitos internos desse personagem que é o mais rico da narrativa. 
Sobre o projeto editorial tenho duas observações, a primeira é que tive dificuldades de assimilar os nomes, por ser de origem islandesa, mas gostei de terem mantido na tradução, tornou a história mais real, mais local. Outra escolha da tradução foi manter as aspas nas falas quando normalmente o usado são os travessões, mas isso não alterou meu fluxo de leitura. 
Por fim quero dizer que a leitura me impressionou, fiquei envolvida na história e estou curiosa pelos outros livros que trazem Erlendur como personagem. 

4 de outubro de 2014

Listas Aleatórias: 10 Músicas para deixar um ex no recalque

Na música, é fácil encontrar canções para curtir dor de cotovelo. Falar de fossa é fácil, meus amigos, fácil demais. Mas e quando o contrário acontece? Quando o amor acaba, o relacionamento é rompido, mas tudo é superado mais facilmente - e você, vejam só!, acaba saindo por "cima da carne seca"?

O Listas Aleatórias dessa semana é dedicado aos desalmados (ou não!) que saíram de um relacionamento e deixaram o ex curtindo uma dorzinha de cotovelo. 

Porque provocar o recalque alheio também faz parte do processo.


1- Eu nunca te amei, idiota - Ana Carolina



2- Eu que não amo você - Engenheiros do Hawaii



3- 1º de Julho - Legião Urbana



4- Top Top - Cássia Eller


5- Meu Erro - Paralamas do Sucesso


6- Olhos nos olhos - Chico Buarque



7- Cry me a river - Justin Timberlake



8- Chorando se foi - Kaoma



9- Bye bye bye - N'Sync



10- Don't Stay - Linkin Park



Bônus: Mein Herr - Lisa Minelli


14 de setembro de 2014

Desafio Bravo 100 Livros da Literatura Mundial


Como comentei no post anterior, motivada pelo vídeo da Tatiana Feltrin, decidi fazer o Desafio Bravo de Literatura Nacional, mas queria dar uma incrementada, e aqui vai a segunda parte que criei para esse desafio, a lista de 100 livros essenciais da literatura mundial, também da revista Bravo.  Vejam a lista: 

1. Ilíada, de Homero
2. Odisseia, de Homero
3. Hamlet, de William Shakespeare
4. O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes
5. A Divina Comédia, de Dante Alighieri
6. Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust
7. Ulisses, de James Joyce
8. Guerra e Paz, de Leon Tosltói
9. Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski
10. Os Ensaios, de Michel de Montaigne
11. Édipo Rei, de Sófocles
12. Otelo, de William Shakespeare
13. Madame Bovary, de Gustave Flaubert
14. Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe
15. O Processo, de Franz Kafka
16. Doutor Fausto, de Thomas Mann
17. As Flores do Mal, de Charles Baudelaire
18. O Som e a Fúria, de William Faulkner
19. A Terra Desolada, de T. S. Eliot
20. Teogonia, de Hesíodo
21. Metamorfoses, de Ovídio
22. O Vermelho e o Negro, de Stendhal
23. O Grande Gatsby, de Francis Scott Fitzgerald
24. Uma Temporada no Inferno, de Arthur Rimbaud
25. Os Miseráveis, de Victor Hugo
26. O Estrangeiro, de Albert Camus
27. Medeia, de Eurípides
28. Eneida, de Virgílio
29. Noite de Reis, de William Shakespeare
30. Adeus às Armas, de Ernest Hemingway
31. O Coração das Trevas, de Joseph Conrad
32. Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley
33. Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf
34. Moby Dick, de Herman Melville
35. Histórias Extraordinárias, de Edgar Allan Poe
36. A Comédia Humana, de Honoré de Balzac
37. Grandes Esperanças, de Charles Dickens
38. O Homem sem Qualidades, de Robert Musil
39. As viagens de Gulliver, de Jonathan Swift
40. Finnegans Wake, de James Joyce
41. Os Lusíadas, de Luís de Camões
42. Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas
43. Retrato de uma Senhora, de Henry James
44. Decamerão, de Giovanni Boccaccio
45. Esperando Godot, de Samuel Beckett
46. 1984, de George Orwell
47. A Vida de Galileu, de Bertolt Brecht
48. Os Cantos de Maldoror, de Lautréamont
49. A Tarde de um Fauno, de Stéphane Mallarmé
50. Lolita, de Vladimir Nabokov
51. Tartufo, de Molière
52. As Três Irmãs, de Anton Tchekhov
53. O Livro das Mil e Uma Noites
54. O Burlador de Sevilha, de Tirso de Molina
55. Mensagem, de Fernando Pessoa
56. Paraíso Perdido, de John Milton
57. Robinson Crusoé, de Daniel Defoe
58. Os Moedeiros Falsos, de André Gide
59. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
60. O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
61. Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi Pirandello
62. As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
63. A Náusea, de Jean-Paul Sartre
64. A Consciência de Zeno, de Italo Svevo
65. Longa Jornada Noite Adentro, de Eugene Gladstone O’Neill
66. A Condição Humana, de André Malraux
67. Os Cantos, de Ezra Pund
68. Canções da Inocência-Canções da Experiência, de William Blake
69. Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams
70. Ficções, de Jorge Luis Borges
71. O Rinoceronte, de Eugène Ionesco
72. A Morte de Virgílio, de Hermann Broch
73. Folhas de Relva, de Walt Whitman
74. O Deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati
75. Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
76. Viagem ao Fim da Noite, de Louis-Ferdinand Céline
77. A Ilustre Casa de Ramires, de Eça de Queirós
78. O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar
79. As Vinhas da Ira, de John Steinbeck
80. Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar
81. O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger
82. As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain
83. Contos, Hans Christian Andersen
84. O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa
85. A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy, de Laurence Sterne
86. Uma Passagem para a Índia, de Edward Morgan Forster
87. Orgulho e Preconceito, de Jane Austen
88. Trópico de Câncer, de Henry Miller
89. Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev
90. O Náufrago, de Thomas Bernhard
91. A Epopeia de Gilgamesh
92. O Mahabharata
93. As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino
94. On The Road, de Jack Kerouac
95. O Lobo da Estepe, de Herman Hesse
96. O Complexo de Portnoy, de Philip Roth
97. Reparação, de Ian McEwan
98. Desonra, de J. M. Coetzee
99. As Irmãs Makioka, de Junichiro Tanizaki
100. Pedro Páramo, de Juan Rulfo


Ps: veja mais sobre essa lista aqui.

Desafio Bravo 100 Livros da Literatura Nacional


Adoro desafios, e listas e livros para ler, então quando vi esse desafio no vlog da Tatiana Feltrin logo me empolguei pra fazer, convoquei a Jéssica (parceira dessas loucuras literárias) e decidimos ler a lista da revista Bravo que indica 100 livros da Literatura Nacional, porém como sou uma pessoa empolgada e com um nível de sanidade contestável decidi aumentar esse desafio em duas partes, a primeira que mostro nesse post é a de livros nacionais, a segunda vou mostrar no post seguinte. Vamos à lista (por ordem de autor): 


  1. Adélia Prado: Bagagem 
  2. Aluísio Azevedo: O Cortiço 
  3. Álvares de Azevedo: Lira dos Vinte Anos 
  4. Álvares de Azevedo: Noite na Taverna 
  5. Antonio Callado: Quarup 
  6. Antônio de Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda 
  7. Ariano Suassuna: Romance d'A Pedra do Reino 
  8. Augusto de Campos: Viva Vaia 
  9. Augusto dos Anjos: Eu 
  10. Autran Dourado: Ópera dos Mortos 
  11. Basílio da Gama: O Uraguai 
  12. Bernando Élis: O Tronco 
  13. Bernando Guimarães: A Escrava Isaura 
  14. Caio Fernando Abreu: Morangos Mofados 
  15. Carlos Drummond de Andrade: A Rosa do Povo
  16. Carlos Drummond de Andrade: Claro Enigma 
  17. Castro Alves: Os Escravos
  18. Castro Alves: Espumas Flutuantes 
  19. Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência
  20. Cecília Meireles: Mar Absoluto 
  21. Clarice Lispector: A Paixão Segundo G.H.
  22. Clarice Lispector: Laços de Família 
  23. Cruz e Souza: Broquéis 
  24. Dalton Trevisan: O Vampiro de Curitiba 
  25. Dias Gomes: O Pagador de Promessas 
  26. Dyonélio Machado: Os Ratos 
  27. Erico Verissimo: O Tempo e o Vento 
  28. Euclides da Cunha: Os Sertões 
  29. Fernando Gabeira: O que é Isso, Companheiro? 
  30. Fernando Sabino: O Encontro Marcado 
  31. Ferreira Gullar: Poema Sujo 
  32. Gonçalves Dias: I-Juca Pirama 
  33. Graça Aranha: Canaã 
  34. Graciliano Ramos: Vidas Secas
  35. Graciliano Ramos: São Bernardo 
  36. Gregório de Matos: Obra Poética
  37. Guimarães Rosa: O Grande Sertão: Veredas
  38. Guimarães Rosa: Sagarana 
  39. Haroldo de Campos: Galáxias 
  40. Hilda Hilst: A Obscena Senhora D 
  41. Ignágio de Loyola Brandão: Zero 
  42. João Antônio: Malagueta, Perus e Bacanaço 
  43. João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina 
  44. João do Rio: A Alma Encantadora das Ruas 
  45. João Gilberto Noll: Harmada 
  46. João Simões Lopes Neto: Contos Gauchescos 
  47. João Ubaldo Ribeiro: Viva o Povo Brasileiro 
  48. Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha 
  49. Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela
  50. Jorge Amado: Terras do Sem Fim 
  51. Jorge de Lima: Invenção de Orfeu 
  52. José Cândido de Carvalho: O Coronel e o Lobisomen 
  53. José de Alencar: O Guarani
  54. José de Alencar: Lucíola 
  55. José J. Veiga: Os Cavalinhos de Platiplanto 
  56. José Lins do Rego: Fogo Morto 
  57. Lima Barreto: Triste Fim de Policarpo Quaresma 
  58. Lúcio Cardoso: Crônica da Casa Assassinada 
  59. Luis Fernando Verissimo: O Analista de Bagé 
  60. Luiz Vilela: Tremor de Terra 
  61. Lygia Fagundes Telles: As Meninas
  62. Lygia Fagundes Telles: Seminário dos Ratos 
  63. Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas
  64. Machado de Assis: Dom Casmurro 
  65. Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias 
  66. Manuel Bandeira: Libertinagem 
  67. Manuel Bandeira: Estrela da Manhã 
  68. Márcio Souza: Galvez, Imperador do Acre 
  69. Mário de Andrade: Macunaíma; 
  70. Mário de Andrade: Pauliceia Desvairada 
  71. Mário Faustino: o Homem e Sua Hora 
  72. Mário Quintana: Nova Antologia Poética 
  73. Marques Rebelo: A Estrela Sobe 
  74. Menotti Del Picchia: Juca Mulato 
  75. Monteiro Lobato: O Sítio do Pica-pau Amarelo 
  76. Murilo Mendes: As Metamorfoses 
  77. Murilo Rubião: O Ex-Mágico 
  78. Nelson Rodrigues: Vestido de Noiva
  79. Nelson Rodrigues: A Vida Como Ela É 
  80. Olavo Bilac: Poesias 
  81. Osman Lins: Avalovara 
  82. Oswald de Andrade: Serafim Ponte Grande
  83. Oswald de Andrade: Memórias Sentimentais de João Miramar 
  84. Otto Lara Resende: O Braço Direito 
  85. Padre Antônio Vieira: Sermões 
  86. Paulo Leminski: Catatau 
  87. Pedro Nava: Baú de Ossos 
  88. Plínio Marcos: Navalha de Carne 
  89. Rachel de Queiroz: O Quinze 
  90. Raduan Nassar: Lavoura Arcaica 
  91. Raduan Nassar: Um Copo de Cólera
  92. Raul Pompéia: O Ateneu 
  93. Rubem Braga: 200 Crônicas Escolhidas 
  94. Rubem Fonseca: A Coleira do Cão 
  95. Sérgio Sant'Anna: A Senhorita Simpson 
  96. Stanislaw Ponte Preta: Febeapá 
  97. Tomás Antônio Gonzaga: Marília de Dirceu
  98. Tomás Antônio Gonzaga: Cartas Chilenas 
  99. Vinícius de Moraes: Nova Antologia Poética 
  100. Visconde de Taunay: Inocência


Ps: Veja o vídeo da Tatiana Feltrin aqui
     Veja mais sobre essa lista aqui

9 de setembro de 2014

[Livro] Antes da Forca – Joe Abercrombie



Livro: Antes da Forca
Titulo Original: Before they are hanged
Autor: Joe Abercrombie
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
Avaliação: 3,5/5
Sinopse:Nesta ardilosa sequência de O poder da espada, o futuro da União está em três frentes de batalha – e nenhuma delas parece nem perto da vitória.
Sand dan Glokta se tornou o todo-poderoso de Dagoska e tem de impedir que ela seja tomada pelos inimigos – tarefa difícil em uma cidade com muralhas decadentes e escassez de soldados. Além disso, o ex-torturador também precisa desvendar uma conspiração no conselho governante e salvar a própria pele.
Enquanto isso, nas terras congeladas de Angland, o coronel West tem pela frente uma complicada missão: proteger o príncipe herdeiro no campo de batalha e evitar que a inexperiência e a arrogância dele levem todos para a morte.
Ao mesmo tempo, Bayaz, o Primeiro dos Magos, lidera uma expedição que cruzará o continente até a borda do Mundo. Passando por terras amaldiçoadas e esquecidas no passado, ele precisa encontrar a Semente – uma relíquia do Tempo Antigo que poderia pôr um fim à guerra, ao exército de comedores que se multiplica no Sul e aos bandos de shankas que atacam no Norte.
Nesta trama inteligente e de personagens complexos, antigos segredos são revelados, batalhas sangrentas são travadas, inimigos mortais são perdoados – mas não antes de estarem na forca.

Comentários: 
Quando li O Poder da Espada fiquei encantada com os personagens e a trama apresentada, todas as alianças e reviravoltas me deixaram mais que ansiosa para a continuação e talvez isso não tenha sido tão bom.
Ok, não posso culpar apenas minha ansiedade, esse livro passou por vários contratempos comigo, logo no início da leitura tive uma rotina de trabalho intensa, o que atrasou muito a leitura, depois começou a bienal, momento em que também não li muito, então ele me deixou com a sensação de ser um livro mais lento do que realmente é, mas não o redime de passar um pouco pela síndrome do segundo livro, sendo claramente uma preparação e uma ambientação para o que está por vir.
Sabe aquele momento em um jogo quando as peças se armam para só então realizarem as jogadas e os ataques, foi essa a impressão que Antes da Forca causou, no primeiro livro foram apresentados os personagens, as situações e o enredo em que tudo se desenvolveria, agora neste segundo podemos acompanhar o desenrolar da trama, o caminho que todos tomam e a tensão aumentando, porém por ser um livro intermediário seu ritmo é mais lento e não há grandes desfechos.

“ – A Grande Niveladora – sussurrou Cachorrão, já pensativo.
Era como os homens das montanhas a chamavam, a morte. Nivela todas as diferenças. Homens Nomeados e ninguéns, no sul ou no norte. No fim ela pega todo mundo e trata todos de modo igual.” p. 10

Como anteriormente o foco da narrativa muda entre os grupos de personagens dando uma perspectiva geral do que está acontecendo com cada um, vimos West no exército tentando se preparar para a guerra contra Bethod, os nórdicos estão em uma jornada para se aliarem a União também contra Bethod, Bayaz está com Jezal, Logan e Ferro em uma expedição em busca de algo que pode mudar o rumo de todas as guerras, e Glokta foi enviado para uma cidade visando investigar uma suspeita de traição e conter a guerra com os gurkenses. As situações vão se desenvolvendo, mas diferente do primeiro elas não se ligam tanto, são mais independentes umas das outras, porém é possível perceber que o autor está encaminhando todos para um grande acontecimento final, e com essa escolha de variar a narrativa a história paira sobre esses núcleos e ajuda o leitor pois evita que haja um desgaste do grupo tratado e proporciona uma visão melhor de todos os acontecimentos.  

“ – Qualquer um pode enfrentar a facilidade e o sucesso com confiança. É o modo como enfrentamos os problemas e os infortúnios que nos define. A autopiedade anda junto com o egoísmo, e não há nada mais deplorável num líder. O egoísmo pertence às crianças e aos idiotas.” p. 263

O ponto que mais me agradou neste segundo livro foi o tratamento despendido para os personagens, não apenas eles foram aprofundados ou evoluíram, mas sim passaram por mudanças que marcaram cada um deles, é possível ver a humanização começar a surgir naquele que não sentia mais nada, o esnobe aprender que a vida pode ser mais que as aparências, os supostos selvagens mostrarem mais civilidade que os homens dos reis e o que era então um exemplo de comportamento liberar traços obscuros de sua personalidade, máscaras começarão a cair e é possível ver a real natureza das pessoas e como o ambiente e os fatores da vida podem alterar alguém.
Sim, esse pode ter sido um livro mais lento, mas deu uma boa continuidade a história e enriqueceu os personagens por quem já tenho uma grande afeição. Resta-me esperar o desfecho dessa série que gosto tanto. 

Os livros da série A Primeira Lei: 


O terceiro livro da série, O duelo dos reis, ainda não tem capa definida. Veja a resenha do primeiro volume da trilogia, O poder da espada, aqui

7 de setembro de 2014

Listas Aleatórias: 7 Motivos para ler a série Kaori, de Giulia Moon

Aloha, amig@s!

Depois de me recuperar (um pouco) da ressaca pós-Bienal do Livro e passar a semana em grupo de apoio para lidar com a depressão que a falta do evento tem me causado, retorno para a minha coluna com novo ânimo!



Passei os últimos dias embrenhada no universo sensual e misterioso de Kaori, personagem criada pela autora Giulia Moon. Já tinha lido "Kaori: Perfume de Vampira" há alguns meses, mas retornei às aventuras da vampira nipônica em "Kaori 2: Coração de Vampira" e em "Kaori e o Samurai sem braço" - e agora lendo "Flores Mortais", coletânea de contos diversos e que conta com um crossover vampírico envolvendo Luar, vampiro criado por Kizzy Ysatis, autor que adoro ao extremo. Mas o crossover fica para outro post, prometo!

Mas por que ler Kaori?, vocês me perguntam. E eu lhes digo:

1- A protagonista, ora essa! Kaori é forte, corajosa, voluntariosa, passional e encantadora. É impossível manter-se imune ao seu charme, sempre mostrando um aspecto novo da sua personalidade, sempre surpreendente.

2- Personagens marcantes e com características próprias, sejam eles humanos ou sobrenaturais. E é difícil escolher um favorito, pois acabei criando uma relação de amor-ódio-veneração por vários deles. 

3- A narrativa é envolvente. O texto tem fluência e ritmo - às vezes calmo, tal qual a atmosfera do Japão do século XVII, às vezes agitado e frenético, como as cenas no Brasil do século XXI. Não é fácil desgrudar dos livros.

4- O cuidado em mostrar a cultura japonesa. Confesso ser completamente ignorante em relação aos costumes japoneses, é algo completamente fora da minha realidade, por isso o mergulho na ambientação causou-se tanta estranheza e fascinação. Aprendi um bocado de coisas novas e estou ansiosa por ler mais.

5- Há uma fuga do óbvio ao mostrar uma diversidade de criaturas fantásticas tão diferentes entre si. Há vampiros, lobisomens, zumbis e uma miríade de criaturas fantásticas não tão exploradas na literatura (ao menos nada que me fosse muito comum). O mundo sobrenatural é muito mais amplo do que sonhamos!

6- O trabalho gráfico é lindo. Sem exageros e artificialismos, o que é algo que me encanta. E a edição de "Kaori e o Samurai sem braço" conta com ilustrações lindas!



Kaori

Kaori e Kitarô


7- E finalmente: Vampiros de verdade, minha gente! Sem muitos mimimis, sem brilho no escuro, sem esconder muito a sua natureza sombria. Embora sejam dotados de uma postura diferenciada (Takezo, seu lindo!), eles ainda assim são criaturas da noite, com tudo o lhes é de direito.

10 de agosto de 2014

[DDI] Carteado


Sofia tinha as cartas na mão; contudo, apesar de não entender muito bem as regras, foi obrigada a jogar. Observava fixamente sua adversária; esta nem lhe dirigia um olhar, não levantava os olhos do montante de cartas que segurava - sabia o que estava fazendo e conhecia o jogo.
Confusa, Sofia analisava sua sequência: faltavam poucas cartas para completá-la, porém ela tinha um grande número de manilhas sobressalentes e não sabia o que fazer com elas. Na verdade, frequentemente se sentia assim, focada em poucos aspectos não conseguia lidar com o restante, sempre os mesmos sonhos, os mesmos caminhos, os mesmos planos, nunca olhava para o lado, não percebia o que estava ao seu redor. É, podia não entender esse carteado em que se encontrava, não saber como foi parar nessa rodada ou desconhecer as regras, mas percebeu que já o jogava há muito tempo. 
A adversária descartava seu excedente e nada de virem os números que Sofia precisava. Começou a desconfiar que sua rival descobrira sua jogada ou que o azar escondera o que lhe era preciso no fim do grande monte de cartas ainda a serem escolhidas. 
O jogo prosseguia e Sofia permanecia focada em sua sequência inicial. Teve chances de começar algo novo, mudar de estratégia, mas não quis; continuava fixa naquelas duas cartas que lhe faltavam. Sua adversária era implacável e silenciosa, pegava algumas cartas, eliminava outras mas não levantava os olhos para vê-la, como se ela não existisse, como se fosse apenas uma figurante nessa disputa; e Sofia percebeu que era verdade, apesar de ser um jogo apenas de duas, ela não era importante, não fazia diferença – e entendeu que também já estava acostumada com essa sensação, era assim que se sentia em grande parte dos seus dias. 
De repente, a outra levantou os olhos pela primeira vez e sorriu, mostrou toda sua sequência completa e, por fim, descartou, como lixo, as duas cartas que faltavam para Sofia finalizar sua jogada, completar seus planos e realizar seus sonhos. Ali, naquele monte de sobras e restos, aquelas primorosas cartas não tinham mais valor, agora elas eram nada. 
Sofia perdeu mais uma vez para aquela rival tão conhecida, aquela que a reduzia e que lhe mostrava a verdade - Sofia perdeu para a Vida.

Daniele Vintecinco



DDI – Delírios, Devaneios e Insensatez - um espaço em que escrevo todos os pensamentos, delírios e devaneios que vêm a minha cabeça, o que é no mínimo uma insensatez. 

22 de julho de 2014

[Livro] Renato Russo: O Filho da Revolução - Carlos Marcelo




Livro: Renato Russo: O Filho da Revolução
Autor: Carlos Marcelo
Editora: Agir
Ano: 2012
Avaliação: 4,5/5
Sinopse: O livro, que teve apuração acuradíssima, traz muitas informações inéditas e interessantes sobre Renato Russo, líder da Legião Urbana e maior ídolo do rock brasileiro. A vivência do músico na capital controlada pelos militares é pela primeira vez reconstituída em detalhes. Letras inéditas e documentos descobertos pelo autor revelam aspectos pouco conhecidos da trajetória do artista: paixões, angústias, sonhos e confissões. A obra conta com mais de cem entrevistas, incluindo depoimentos de Dado Villa-Lobos, Dinho Ouro-Preto, Herbert Vianna, Millôr Fernandes, Ney Matogrosso, Tony Bellotto e vários amigos anônimos. Um retrato do artista multifacetado que foi Renato Russo. (Fonte: Skoob)



Comentários:

Renato Russo e Legião Urbana foram marcantes na minha adolescência - assim como para muitas pessoas da minha geração. Eu me via nas letras escritas pela Renato, sempre achei que elas representavam uma parte minha que nunca soube retratar. E como a típica adolescente dramática, nunca achei que encontraria alguém que me entendesse tão bem.

Namorei esse livro na loja durante meses, mas nunca tive a coragem de comprar (por causa do preço). Li trechos em visitas esporádicas a livrarias e me apaixonei de cara pelo modo como foi construído. Era o livro que precisava ler naquele momento, escrito de um jeito que me encantou logo nas primeiras páginas. E que pude ler depois de pegar emprestado com a Dani.

O que me chamou a atenção foi o autor ter feito toda uma ambientação do que era a Brasília da década de 70, recriando o contexto histórico de um país sob a ditadura militar e os primeiros anos de uma Brasília em busca da sua identidade.

É neste ambiente que Renato Manfredini Junior cresce, encontrando na arte o modo de expressar a angústia da sua geração. Intercalando com trechos da vida de Renato, o autor vai apresentando o contexto da época, falando também de outros artistas que foram importantes para a cena musical do momento - de Ney Matogrosso às primeiras bandas de punk em Brasília. E é uma delícia acompanhar a criação do Aborto Elétrico e a mistureba de bandas e formações que surgiram e terminaram com uma rapidez assustadora.

Já conhecia alguns fatos mostrados no livro, principalmente depois de ter assistido o filme "Somos tão Jovens", mas o livro é infinitamente mais detalhista, mostrando composições não tão conhecidas de Renato Russo, bem como mais coisas sobre a época do Legião Urbana. Carlos Marcelo nos apresenta um Renato angustiado, tentando buscar um sentido nas coisas, entender como o país chegou em tal ponto e que ninguém parece ver ou mudar. E em nenhum momento sendo extremamente idealizado - Renato Russo era problemático, com tendências depressivas e problemas sérios envolvendo álcool e drogas.

Como fã da banda foi uma experiência empolgante ler este livro. E se não ganhou nota máxima, foi por eu sentir falta de mais coisas sobre os últimos anos do Renato na Legião Urbana e o período que antecedeu a sua morte. Entendo que a proposta era mostrar os anos iniciais na sua carreira musical - mas fã que sou sempre vou querer mais.

Mas o livro é muito, muito bom. Mesmo para quem não gosta da banda, vale a pena a leitura só pela contextualização da época e representação de toda uma geração.





12 de julho de 2014

Listas Aleatórias: 10 Álbuns para Comemorar o Dia do Rock



"Vida longa ao rock'n'roll!", já bradava a banda Rainbow, na voz de Ronnie James Dio. E para comemorar a semana do rock, o Listas Aleatórias traz uma pequena seleção com 10 álbuns para se ouvir amanhã, 13 de julho, o Dia do Rock:

1- The White Album (The Beatles)


2- The dark side of the moon (Pink Floyd)


3- Que País é Este (Legião Urbana)


4- Paranoid (Black Sabbath)


5- Neon Ballroom (Silverchair)


6- Nevermind (Nirvana)


8- IV (Led Zeppelin)


9- Acústico (Titãs)



10- A Night at the Opera (Queen)



Ps: Não consegui colocar alguns álbuns completos, mas pelo menos tem uma música para representá-los. Vão ouvir, pois são todos ótimos!

28 de junho de 2014

Listas Aleatórias: 8 músicas para curtir o inverno

"Winter is coming" é só lá em Westeros, porque aqui o inverno já chegou - mesmo que um tantinho tímido ainda. Para comemorar uma das minhas épocas favoritas do ano (por motivos egocêntricos e narcisistas), segue uma seleção de músicas que adoro ouvir nessa época e que, de um jeito ou de outro, me lembram o inverno:

1- Winter Winds - Mumford and Sons




2- Baby it's cold outside - She & Him



3- Let it snow! Let it snow! Let it snow! - Ella Fitzgerald



4- White Christmas - Bing Crosby



5- Snow - Loreena McKennitt



6- Winter  - Vivaldi



7- No inverno fica tarde mais cedo - Engenheiros do Hawaii



8- Do you want to build a snowman? - Trilha sonora de "Frozen"



26 de junho de 2014

[Livro] Os Três – Sarah Lotz



Livro: Os Três
Titulo Original: The Three
Autor: Sarah Lotz
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
Avaliação: 4/5
Sinopse:Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo. Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação. A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular: Eles estão aqui. O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele... Essa mensagem irá mudar completamente o mundo. (Fonte: Skoob)

Comentários:
Meu interesse inicial em Os Três se deu pela sinopse, o plot me chamou a atenção, acidentes, teorias da conspiração, um mistério, algo que possa ter ligação com a mudança da história do mundo; tudo isso já me deixou bem curiosa. Outro ponto que fortaleceu minha vontade de conhecer mais esse livro foi a narrativa diferencial de Sarah Lotz, que eu poderia dizer que usou da metalinguagem para contar sua história. 
Logo no início o leitor é apresentado há um grande mistério envolvendo acidentes, quatro aviões caem em pontos diferentes do mundo no mesmo dia, tendo em três dessas quedas apenas um sobrevivente, uma criança de cada avião escapa sem grandes ferimentos, porém em um desses acidentes uma americana deixou uma mensagem antes de morrer para que as pessoas tomem cuidado com a criança e, a partir deste momento, os rumos das vidas desses sobreviventes poderão tomar proporções enormes. 
O enredo por si só já é intrigante, mas o maior atrativo e a melhor surpresa de Os Três é sua narrativa. Sarah Lotz irá guiar sua escrita criando um livro dentro do livro (calma eu explico) Os Três é uma narrativa sobre um livro jornalístico (ficcional, só para deixar claro) que irá narrar a história das três crianças, e todos que os rodeiam. Usando dessa artimanha não há um narrador próprio, mas sim uma repórter que irá unir as informações, Elspeth, e vários depoimentos, reunindo assim muitos pontos de vista diferentes. Outra grande vantagem dessa escolha narrativa é a suspensão do mistério, nenhuma informação é liberada por completo, o leitor vai se deparando com fragmentos de informações que formam um todo ao ler os depoimentos, e outro ponto de elogio é que mesmo tratando de muitos pontos de vista e situações diferentes a autora conseguiu amarrar todas as pontas. 
Agora um aspecto que pode ser passível de crítica foi um pequeno problema inicial na leitura, ao tratar de muitos personagens, com suas histórias se cruzando, e sendo que alguns são usados poucas vezes com um grande espaço entre seus depoimentos é fácil se perder em “quem está falando” mas conforme as páginas passam é possível se acostumar com o estilo e descobrir o personagem que está narrando. 
Outra questão é que não há um grande aprofundamento dos personagens, os conhecemos logo após o acidente e a história se dá a partir deste ponto, não há muita coisa de seus hábitos ou vidas antes da “Quinta-Feira Negra”, mas uma característica que amei é que como são eles que narram, ou em alguns momentos um falando sobre o outro (sem nenhuma interferência de um narrador esterno) é tudo muito subjetivo, dando espaço ao leitor de tirar suas próprias conclusões. 
O final não foi muito bem o que eu esperava, mas em momento nenhum ele é ruim, ele entra na proposta criada pela autora desde o início da história, se tornando coerente com todo o conjunto da obra, mas eu estava esperando outro rumo. 
Como um todo eu gostei muito do livro, principalmente por seu estilo inovador de narrativa. 


14 de junho de 2014

[Livro] Tigana, A Voz da Vingança – Guy Gavriel Kay



Livro: Tigana – A Voz da Vingança (livro2)
Titulo Original: Tigana
Autor: Guy Gavriel Kay
Editora: Saída de Emergência
Ano: 2014
Avaliação: 5/5
Sinopse:Numa tentativa de recuperar Tigana, sua terra natal amaldiçoada, o Príncipe Alessan e seus companheiros põem em prática um plano perigoso para unir a Península da Palma contra os reis despótivos Brandin de Ygrath e Alberico de Barbadior. Brandin é maquiavélico e arrogante, mas encontrou em Dianora alguém à sua altura e está hipnotizado por sua beleza e seu charme. Alberico está cada vez mais consumido pela ambição, cego a todas as ciladas a seu redor. Enquanto isso, o grupo de heróis viaja pela Península em busca de alianças que podem virar a batalha a seu favor. Alessan está mais dividido do que nunca, Devin já não é o rapaz ingênuo que era antes, Catriana apenas deseja redenção e Baerd descobre um novo tipo de magia. Conseguirá Tigana vingar a memória de seus mortos? Ninguém pode prever as perdas que sofrerão nem que fim terá esse embate. Sacríficios serão feitos, segredos antigos serão revelados e, para que alguns vençam, outros terão obrigatoriamente que cair. (Fonte: Skoob)

Comentários:
Ah, nem sei direito como descrever tudo o que senti lendo Tigana, fazia muito tempo que não me sentia tão marcada por um livro, a história me envolveu, os personagens me encantaram e o ambiente me conquistou. Poderia dizer que no fim da leitura me senti em Tigana, lutando pelos mesmos ideais, lutando pela liberdade, pela identidade. Mas, como Dianora, também há um espaço em meu coração para Brandin, sim, sei que não deveria, mas ele me ganhou. E, como todos, criei uma raiva de Alberico. 
Antes de começar a fazer a resenha tenho que dizer que ele não é um livro novo, sua publicação foi em 1990 e originalmente Tigana foi lançado em um volume único, a divisão foi feita na edição portuguesa e mantida na edição brasileira, então Tigana – A Voz da Vingança na verdade não é um novo livro, mas sim a continuação exata do anterior. Com isso, a história tem partida exatamente no ponto em que se encerra em A Lâmina na Alma, e com o recurso de narrativa característico do autor (ele narra um fato “por cima”, após alguns acontecimentos ele retoma aquela situação, mas aprofundando os eventos e explorando outros pontos de vista) a impressão passada é que a história está se repetindo, mas não. E se você, como eu, leu o livro com um tempo entre eles esse tipo de narrativa ajuda a retomar o ritmo e o clima da leitura anterior. 
No primeiro momento da história (ou no primeiro livro) vemos todas as artimanhas e estratégias de Alessan e os que estão a sua volta para ir aos poucos criando dúvidas e abrindo espaço no governo dos dois imperadores feiticeiros (Alberico e Brandin) e agora neste segundo momento é o ponto de ação, quando tudo o que foi tão cuidadosamente planejada está para acontecer e isso acaba por montar um cenário tão possível quanto imprevisível. Eu quis poupar a leitura para poder “degustar”, mas chega um momento que o melhor a fazer “é se lambuzar”, é se envolver tanto que 100 páginas são consumidas apenas no café da manhã. 

A narrativa de Guy Gavriel Kay cotinua empolgante, ele narra os fatos e os retoma esmiuçando todas as suas consequências e detalhes e com isso ele liga todos aos acontecimentos. Um dos elementos que eu já tinha percebido antes, mas que agora ficou bem mais nítido é que o autor “não dá ponto sem nó”, não há um elemento inserido no livro que não tenho um sentido, um porquê. Até o elemento que eu não tinha dado tanta atenção tem um papel importante na história. Tudo é muito bem amarrado e trabalhado. 
O enredo continua sendo o mesmo, a busca de identidade ,de liberdade e a vingança, mas uma das coisas que mais me encantou foi que em certo ponto fica difícil chamar alguém de vilão já que todos têm um motivo, uma busca e um propósito. As lutas pessoais se desencontram e se entrelaçam e na hora derradeira você está torcendo para algo impossível acontecer, você está pedindo para que todos acabem bem em uma festa e dividindo vinho. 
Os personagens são o tesouro desse livro; a história é boa, o plot é perfeito, a narrativa é envolvente mas tudo só ganha sua excelência pois está trabalhada em cima de personagens complexos, profundos, humanos , reais ao mesmo tempo que são inspiradores, e nesse segundo livro isso fica bem mais evidente. Guy Gavriel não vai apenas aprofundar e humanizar os personagens, mas fazer com que eles lidem com o “outro”, com o talvez, com a dúvida sobre o quão seu antagonista é ruim, isso faz com que o leitor se veja e entenda todos os lados. 
O primeiro parágrafo dessa resenha é o que eu espero que um livro faça comigo, que ele se torne parte de minha realidade, sei que nem todos os livros são excelentes, nem todos ficarão guardados em nossa memória, mas é um momento muito especial quando um deles chega a esse patamar e ganha um espaço especial em sua vida e em seu coração. 

Veja a resenha do primeiro livro aqui

Só para finalizar uma adaptação de um poema começado pela Jéssica e finalizado por mim rs: 
Vou me embora pra Tigana
Lá sou amiga de Alessan
Lá tenho o sonho que quero
Na canção que escolherei