28 de junho de 2014

Listas Aleatórias: 8 músicas para curtir o inverno

"Winter is coming" é só lá em Westeros, porque aqui o inverno já chegou - mesmo que um tantinho tímido ainda. Para comemorar uma das minhas épocas favoritas do ano (por motivos egocêntricos e narcisistas), segue uma seleção de músicas que adoro ouvir nessa época e que, de um jeito ou de outro, me lembram o inverno:

1- Winter Winds - Mumford and Sons




2- Baby it's cold outside - She & Him



3- Let it snow! Let it snow! Let it snow! - Ella Fitzgerald



4- White Christmas - Bing Crosby



5- Snow - Loreena McKennitt



6- Winter  - Vivaldi



7- No inverno fica tarde mais cedo - Engenheiros do Hawaii



8- Do you want to build a snowman? - Trilha sonora de "Frozen"



26 de junho de 2014

[Livro] Os Três – Sarah Lotz



Livro: Os Três
Titulo Original: The Three
Autor: Sarah Lotz
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
Avaliação: 4/5
Sinopse:Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo. Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação. A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular: Eles estão aqui. O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele... Essa mensagem irá mudar completamente o mundo. (Fonte: Skoob)

Comentários:
Meu interesse inicial em Os Três se deu pela sinopse, o plot me chamou a atenção, acidentes, teorias da conspiração, um mistério, algo que possa ter ligação com a mudança da história do mundo; tudo isso já me deixou bem curiosa. Outro ponto que fortaleceu minha vontade de conhecer mais esse livro foi a narrativa diferencial de Sarah Lotz, que eu poderia dizer que usou da metalinguagem para contar sua história. 
Logo no início o leitor é apresentado há um grande mistério envolvendo acidentes, quatro aviões caem em pontos diferentes do mundo no mesmo dia, tendo em três dessas quedas apenas um sobrevivente, uma criança de cada avião escapa sem grandes ferimentos, porém em um desses acidentes uma americana deixou uma mensagem antes de morrer para que as pessoas tomem cuidado com a criança e, a partir deste momento, os rumos das vidas desses sobreviventes poderão tomar proporções enormes. 
O enredo por si só já é intrigante, mas o maior atrativo e a melhor surpresa de Os Três é sua narrativa. Sarah Lotz irá guiar sua escrita criando um livro dentro do livro (calma eu explico) Os Três é uma narrativa sobre um livro jornalístico (ficcional, só para deixar claro) que irá narrar a história das três crianças, e todos que os rodeiam. Usando dessa artimanha não há um narrador próprio, mas sim uma repórter que irá unir as informações, Elspeth, e vários depoimentos, reunindo assim muitos pontos de vista diferentes. Outra grande vantagem dessa escolha narrativa é a suspensão do mistério, nenhuma informação é liberada por completo, o leitor vai se deparando com fragmentos de informações que formam um todo ao ler os depoimentos, e outro ponto de elogio é que mesmo tratando de muitos pontos de vista e situações diferentes a autora conseguiu amarrar todas as pontas. 
Agora um aspecto que pode ser passível de crítica foi um pequeno problema inicial na leitura, ao tratar de muitos personagens, com suas histórias se cruzando, e sendo que alguns são usados poucas vezes com um grande espaço entre seus depoimentos é fácil se perder em “quem está falando” mas conforme as páginas passam é possível se acostumar com o estilo e descobrir o personagem que está narrando. 
Outra questão é que não há um grande aprofundamento dos personagens, os conhecemos logo após o acidente e a história se dá a partir deste ponto, não há muita coisa de seus hábitos ou vidas antes da “Quinta-Feira Negra”, mas uma característica que amei é que como são eles que narram, ou em alguns momentos um falando sobre o outro (sem nenhuma interferência de um narrador esterno) é tudo muito subjetivo, dando espaço ao leitor de tirar suas próprias conclusões. 
O final não foi muito bem o que eu esperava, mas em momento nenhum ele é ruim, ele entra na proposta criada pela autora desde o início da história, se tornando coerente com todo o conjunto da obra, mas eu estava esperando outro rumo. 
Como um todo eu gostei muito do livro, principalmente por seu estilo inovador de narrativa. 


14 de junho de 2014

[Livro] Tigana, A Voz da Vingança – Guy Gavriel Kay



Livro: Tigana – A Voz da Vingança (livro2)
Titulo Original: Tigana
Autor: Guy Gavriel Kay
Editora: Saída de Emergência
Ano: 2014
Avaliação: 5/5
Sinopse:Numa tentativa de recuperar Tigana, sua terra natal amaldiçoada, o Príncipe Alessan e seus companheiros põem em prática um plano perigoso para unir a Península da Palma contra os reis despótivos Brandin de Ygrath e Alberico de Barbadior. Brandin é maquiavélico e arrogante, mas encontrou em Dianora alguém à sua altura e está hipnotizado por sua beleza e seu charme. Alberico está cada vez mais consumido pela ambição, cego a todas as ciladas a seu redor. Enquanto isso, o grupo de heróis viaja pela Península em busca de alianças que podem virar a batalha a seu favor. Alessan está mais dividido do que nunca, Devin já não é o rapaz ingênuo que era antes, Catriana apenas deseja redenção e Baerd descobre um novo tipo de magia. Conseguirá Tigana vingar a memória de seus mortos? Ninguém pode prever as perdas que sofrerão nem que fim terá esse embate. Sacríficios serão feitos, segredos antigos serão revelados e, para que alguns vençam, outros terão obrigatoriamente que cair. (Fonte: Skoob)

Comentários:
Ah, nem sei direito como descrever tudo o que senti lendo Tigana, fazia muito tempo que não me sentia tão marcada por um livro, a história me envolveu, os personagens me encantaram e o ambiente me conquistou. Poderia dizer que no fim da leitura me senti em Tigana, lutando pelos mesmos ideais, lutando pela liberdade, pela identidade. Mas, como Dianora, também há um espaço em meu coração para Brandin, sim, sei que não deveria, mas ele me ganhou. E, como todos, criei uma raiva de Alberico. 
Antes de começar a fazer a resenha tenho que dizer que ele não é um livro novo, sua publicação foi em 1990 e originalmente Tigana foi lançado em um volume único, a divisão foi feita na edição portuguesa e mantida na edição brasileira, então Tigana – A Voz da Vingança na verdade não é um novo livro, mas sim a continuação exata do anterior. Com isso, a história tem partida exatamente no ponto em que se encerra em A Lâmina na Alma, e com o recurso de narrativa característico do autor (ele narra um fato “por cima”, após alguns acontecimentos ele retoma aquela situação, mas aprofundando os eventos e explorando outros pontos de vista) a impressão passada é que a história está se repetindo, mas não. E se você, como eu, leu o livro com um tempo entre eles esse tipo de narrativa ajuda a retomar o ritmo e o clima da leitura anterior. 
No primeiro momento da história (ou no primeiro livro) vemos todas as artimanhas e estratégias de Alessan e os que estão a sua volta para ir aos poucos criando dúvidas e abrindo espaço no governo dos dois imperadores feiticeiros (Alberico e Brandin) e agora neste segundo momento é o ponto de ação, quando tudo o que foi tão cuidadosamente planejada está para acontecer e isso acaba por montar um cenário tão possível quanto imprevisível. Eu quis poupar a leitura para poder “degustar”, mas chega um momento que o melhor a fazer “é se lambuzar”, é se envolver tanto que 100 páginas são consumidas apenas no café da manhã. 

A narrativa de Guy Gavriel Kay cotinua empolgante, ele narra os fatos e os retoma esmiuçando todas as suas consequências e detalhes e com isso ele liga todos aos acontecimentos. Um dos elementos que eu já tinha percebido antes, mas que agora ficou bem mais nítido é que o autor “não dá ponto sem nó”, não há um elemento inserido no livro que não tenho um sentido, um porquê. Até o elemento que eu não tinha dado tanta atenção tem um papel importante na história. Tudo é muito bem amarrado e trabalhado. 
O enredo continua sendo o mesmo, a busca de identidade ,de liberdade e a vingança, mas uma das coisas que mais me encantou foi que em certo ponto fica difícil chamar alguém de vilão já que todos têm um motivo, uma busca e um propósito. As lutas pessoais se desencontram e se entrelaçam e na hora derradeira você está torcendo para algo impossível acontecer, você está pedindo para que todos acabem bem em uma festa e dividindo vinho. 
Os personagens são o tesouro desse livro; a história é boa, o plot é perfeito, a narrativa é envolvente mas tudo só ganha sua excelência pois está trabalhada em cima de personagens complexos, profundos, humanos , reais ao mesmo tempo que são inspiradores, e nesse segundo livro isso fica bem mais evidente. Guy Gavriel não vai apenas aprofundar e humanizar os personagens, mas fazer com que eles lidem com o “outro”, com o talvez, com a dúvida sobre o quão seu antagonista é ruim, isso faz com que o leitor se veja e entenda todos os lados. 
O primeiro parágrafo dessa resenha é o que eu espero que um livro faça comigo, que ele se torne parte de minha realidade, sei que nem todos os livros são excelentes, nem todos ficarão guardados em nossa memória, mas é um momento muito especial quando um deles chega a esse patamar e ganha um espaço especial em sua vida e em seu coração. 

Veja a resenha do primeiro livro aqui

Só para finalizar uma adaptação de um poema começado pela Jéssica e finalizado por mim rs: 
Vou me embora pra Tigana
Lá sou amiga de Alessan
Lá tenho o sonho que quero
Na canção que escolherei


8 de junho de 2014

Listas Aleatórias: 6 Motivos para ver Breaking Bad



1- Walter White (vulgo Heisenberg): O grande protagonista, o personagem que move todo o enredo da série. Como observou muito acertadamente o meu tio, Walter White é um típico personagem dostoievskiano: alguém com um certo grau de autoilusão, considerando-se extraordinário, e que por isso acredita que seus atos são justificáveis, não importado o quão absurdos ou aterradores eles são. A interpretação de Bryan Craston é magistral, sabendo variar da aparente apatia ao total extremo, persuasivo com a sua manipulação nem sempre sutil. 


Valter Branco

2- Personagens marcantes: Não só o já citado Walter White, mas todos os outros personagens da série. Como o próprio protagonista diz no primeiro episódio da série, a química é a ciência da transformação. E é isso o que vemos em todos os personagens principais ao longo do enredo: Jesse Pinkman, o "sócio" de Walter White, é um dos melhores exemplos disso, um personagem que sofre uma evolução absurda ao longo das 5 temporadas e que, no series finale, em quase nada lembra o personagem que vemos lá no comecinho. É uma grande variedade de personagens diferentes, únicos, cada qual com o seu drama, e todos muito reais. E ainda preciso destacar que Gustavo Fring vai ser um personagem que não vou esquecer tão cedo.



3- O enredo: Parece bobo, sem muito atrativo, afinal, qual motivo faria uma série que fala de um professor de química portador de um câncer terminal e que resolve fabricar metanfetamina para sustentar a família ser tão atrativa? O enredo, aparentemente, é simples, mas o modo como é conduzido e tão bem amarrado acaba sendo, com o perdão do trocadilho, viciante.

4- A capacidade de surpreender sempre. E sem dar nenhum spoiler, só digo que a quarta temporada é de fazer cair o queixo.

5- Uma trilha sonora muito muito boa. As músicas escolhidas para as cenas em que eles estão produzindo a metanfetamina são ótimas, mas a minha favorita vai ser sempre "Black" (Danger Mouse & Daniele Luppi com a Norah Jones) e que encerra a quarta temporada:



6- Mantém um nível de qualidade e coerência do começo ao fim. A maioria das séries que acompanho sempre tem uma temporada mais fraca ou uma certa quantidade de episódios que são mais para encher linguiça do que por qualquer outro motivo. Breaking Bad é boa do começo ao fim, sempre mantendo o espectador ansioso por mais um episódio. E o seu series finale encerrou com maestria um ciclo iniciado no piloto.