7 de abril de 2015

[Livro] Um lugar chamado liberdade – Ken Follett


Sinopse:
Escócia, 1766. Condenado à miséria e à escravidão nas brutais minas de carvão, Mack McAsh inveja os homens livres, mas nunca teve esperança de ser como eles. Até que um dia ele recebe a carta de um advogado londrino que lhe revela a ilegalidade da escravidão dos mineiros e um novo horizonte se abre aos seus olhos. Porém, para realizar seu sonho, Mack precisará enfrentar todo tipo de opressão das autoridades que não estão acostumadas a serem questionadas.
Já na idealizada Londres, ele reencontra uma amiga de infância, Lizzie Hallim, agora casada com Jay Jamisson, membro da família que tanto o atormentara na Escócia. Lizzie não se conforma em viver submetida aos caprichos dos homens e constantemente escandaliza a sociedade com seu comportamento e suas ideias não convencionais. Quando Mack é acusado injustamente de um crime, ela quebra protocolos e sai em sua defesa, mas o amigo é deportado para a América.
Mack logo descobre que se trata de uma mera mudança de continente, não de ares sociais, pois a colônia também vive momentos de tensão: se na Inglaterra os trabalhadores não desejam mais ser explorados pela elite, ali os colonos preparam o caminho que os levará à independência do jugo inglês.
Nesta saga repleta de suspense e paixão, Ken Follett delineia uma época de revoltas contra a injustiça com uma escrita enérgica e sedutora. (Fonte: Skoob) 

Comentários:

Conheci Ken Follet com a trilogia O Século, e nesse ponto ele se tornou um dos meus autores preferidos, sua narrativa e sua capacidade de mesclar fatos históricos com um romance muito bem estruturado me prendeu durante a leitora, e com toda essa expectativa fui ler Um Lugar Chamado Liberdade, outro lançamento do autor com a editora Arqueiro, e talvez esse tenha sido o problema, toda a expectativa. 



Vou esclarecer logo no começo que eu gostei do livro sim, ele cumpre bem o seu papel, porém fiquei incomodada com o fato de os aspectos que mais me encantaram nas leituras anteriores não possuírem grande destaque nessa publicação, como se essa obra fosse uma prévia do que ele viria a se tornar (e pode ser isso mesmo, afinal esse livro foi lançado em 1995).

A história começa na Escócia de 1766 mostrando a dualidade da vida de Mack MacAsh, um mineiro que trabalha (como escravo) para o proprietário da mina e que irá lutar pelo seu direito à liberdade e à escolha de como seguir sua vida, com isso ele trará a tona questões importantes, a própria liberdade em si, o fato de seres humanos poderem “possuir” outros seres humanos , a ganância que deturpa valores entre outros assuntos. Ele não se conforma com o lugar que lhe foi imposto no mundo, ele quer poder se colocar, poder escolher sua própria vida e ir contra tudo o que tem sido aplicado. 

Na outra ponta dessa corda temos Lizzie, filha da Lady Hallim, dona da propriedade vizinha da mina em que MacAsh trabalha. Apesar de ser nobre precisa de um casamento para salvar sua família e se vê também presa, não por ser escrava, mas por ser mulher em uma sociedade que não a valoriza, por ter que casar por motivos que não a agradam e por não poder emitir suas opiniões ou agir como bem entende. 


Representando os opressores temos a família Jamissons, donos da mina e do terreno representam a alta sociedade inglesa que se acha no direito de possuir e humilhar as pessoas pelas posições que ocupam. 

O cenário da história irá passar por vários momentos históricos, começando na Escócia de 1766, representando um pouco da vida dos mineiros que viviam em um regime opressor. Depois passará por Londres, onde os ânimos estão exaltados, pois a classe trabalhadora e os injustiçados começam a brigar por seus direitos. O último cenário explorado é a esperançosa América, lugar em que habitam os sonhos de todos que buscam grandes mudanças, local rural e que está começando a buscar sua identidade. 

O foco dessa narrativa é a interação dos personagens e o romance, e isso me decepcionou um pouquinho, já que os aspectos históricos e sociais são tratados de modo superficial, diferente dos seus outros livros, em que o cenário é tão parte integrante da história como os personagens, aqui ele os molda, não que ele deixe de ser importante, mas não tem o espaço merecido para tudo o que vai tratar. Em relação à escrita o ritmo do livro é bem fluído e rápido, intercalando a história entre os pontos de vista de MacAsh e Lizzie. 

Os personagens são o grande foco desse livro, em como eles mudam, evoluem e tem suas perspectivas alteradas. Tanto MacAsh quanto Lizzie começam a história em pontos quase opostos, mas conforme a vida prossegue eles vão crescendo e evoluindo seus ideias vão se intercalando. Os personagens coadjuvantes também possuem sua importância em todos os acontecimentos e o uso de pessoas históricas reais é tímido e secundário. Eu gostaria que os personagens fossem mais explorados e aprofundados, acho que o livro comportaria algumas explorações psicológicas individuais mais elaboradas, mas como mencionei anteriormente o foco desse livro é o romance e nesse aspecto ele é bem trabalhado. 

Um Lugar Chamado Liberdade me agradou em vários aspectos, gostei dos personagens e dos temas tratados, sendo um bom romance histórico com base em cenários que realmente aconteceram, mas ainda sim é uma breve história que poderia ser mais trabalhada e que não  representa toda a grandeza de Ken Follett como autor.







Título Original: A place called freedom
Autor: Ken Follett
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
Número de páginas: 400
Avaliação: 3,5/5 

4 comentários:

  1. Que vergonha, mais ainda não li nadinha dele, acredita? Mas não é por não querer, é falta de oportunidade mesmo. Uma pena que este livro não fez jus ao talento tão falado do autor.
    Bjs, Rose

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  2. Ahh Rose, quando tiver uma oportunidade leia sim, ele faz romances históricos muito bons, já é um dos meus autores preferidos. Pena mesmo, mas ainda sim é um bom livro. Bjsss

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  3. Oi, Dani.
    Não sei o que está acontecendo, mas não recebo os e-mails com os novos posts! rs...
    Mas enfim...
    Ainda não conheço o trabalho do autor, mas já ouvi maravilhas sobre a Trilogia do Século!
    Beijos
    Camis - Blog Leitora Compulsiva

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    1. Ichi Camis, tenho que ver o que está acontecendo.... Ah, quando tiver uma oportunidade leia a Trilogia o Século, eu ameiiiii rs. Bjsss

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