25 de abril de 2013

[Livro] A Guerra dos Tronos, As Crônicas de Gelo e Fogo – George R. R. Martin



Livro: A Guerra dos Tronos, As Crônicas de Gelo e Fogo
Titulo Original: Game of Thrones, A Song of Ice and Fire
Autor: George R. R. Martin
Editora:  Leya
Ano: 2010
Avaliação: 5/5
Sinopse:
Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, aceita a prestigiada posição de Mão do Rei oferecida pelo velho amigo, o rei Robert Baratheon, não desconfia que sua vida está prestes a ruir em sucessivas tragédias. Sabe-se que Lorde Stark aceitou a proposta porque desconfia que o dono anterior do título fora envenenado pela manipuladora rainha - uma cruel mulher do clã Lannister - e sua intenção é proteger o rei. Mas ter como inimigo os Lannister pode ser fatal: a ambição dessa família pelo poder parece não ter limites e o rei corre grande perigo. Agora, sozinho na corte, Eddard percebe que não só o rei está em apuros, mas também ele e toda sua família. Quem vencerá a guerra dos tronos? 


Comentários: 
Tenho que dizer que fiquei muito tempo pensando sobre essa resenha, olhando para a página em branco e pensando em como poderia descrever todas as experiências que tive com essa leitura, e acho que ainda não cheguei a um resultado que possa descrever tudo, mas vou tentar. 
Comecei a ler esse livro após várias indicações, e comentários positivos, inúmeros elogios, principalmente depois do lançamento da série baseada na história, porém isso não aumentou tanto as minhas expectativas, mas sim me deixou receosa de que talvez não fosse tudo isso, e foi com esse sentimento que iniciei a leitura e me surpreendi tanto que mal consigo dizer. 
O livro trouxe uma história muito bem elaborada, que começa um pouco despretensiosa, mas vai ganhando corpo, intrigas e detalhes, pois Martin vai elaborando os cenários e as situações de forma gradual e sem pressa de mostrar todo o seu enredo (sem pressa mesmo contando que o livro é o primeiro da série e possui 589 páginas). Fiquei surpresa com a narrativa diferente tratada por Martin, ele optou por um narrador em terceira pessoa que está focado em diferentes pontos de vista, o livro não é demarcado por capítulos ou sessões mas pelo ponto de vista de cada personagem, e apesar de este primeiro livro ser um pouco mais voltado a narrativa da família Stark, não se deixa de ver outras pessoas contando o que lhes esta acontecendo.  A história possui uma boa base, tratando de sentimentos e situações que apesar de estarem em contexto de fantasia medieval ainda sim é extremamente palpável com lutas, ambição, medos, traições e muito mais que prende o leitor a toda a evolução narrativa. 
O livro possui alguns trechos cansativos, mas acredito que isso se deva a identificação com os personagens que narram certas passagens, como por exemplo tive duas personagens que não me identifiquei e não me apaguei e acho que por esse motivo seus pontos de vista foram os que se apresentaram mais cansativos para mim, mas claro que um livro tão extenso como esse possui trechos que são mais lentos mas a troca de personagens sempre garante ação e tensão tornando a história bem fluida. 
E por mencionar os personagens, quero comentar sobre os que foram trabalhados neste primeiro volume e o como eles são muito bons, Martin construiu os personagem dedicando um tempo para cada um contar e mostrar um pouco e si, porém nunca revelando a totalidade sobre eles, por exemplo é difícil definir com certeza se um de seus personagens é bom ou mal, na verdade os conceitos de bom ou mal não são tratados como “preto e branco” mas sim como um emaranhado “acinzentado” é possível ver e entender cada um deles ou pelo menos fazer com que dúvidas sejam criadas intrigando o leitor até sobre seus personagens favoritos. Comento que a construção é tão elaborada que uma das frases que mais se ouve quando se inicia a leitura de Guerra dos Tronos é para não se apegar a nenhum personagem (já que aparentemente o autor tem uma mentalidade um tanto quanto sádica), mas isso se torna quase impossível conforme as páginas vão passando, há sempre aquele que você acaba torcendo ou se identificando e com isso resta apenas torcer para que o autor não apronte nada com eles. 
Poderia continuar a escrever uma resenha mais extensa, falando sobre vários pontos, a história, os elementos sobrenaturais que foram introduzidos tão discretamente no meio da narrativa que parecem fazer parte de uma “normalidade” no meio de uma trama complexa ou o final totalmente surpreendente, porém acredito que o que mais define o que quero dizer é que independente do que tenha ouvido falar sobre o livro, foi uma leitura única, particular, que me tocou por vários motivos, sim é uma leitura de entretenimento, mas com uma qualidade inegável. Recomendo fortemente. 

“Deixa-me lhe dar um conselho, bastardo - Disse Lannister - Nunca se esqueça de quem é, porque é certo que o mundo não lembrará. Faça disso sua força. Assim, não poderá ser nunca a sua fraqueza. Arme-se com esta lembrança, e ela nunca poderá ser usada para magoá-lo (…) Lembre-se disso, rapaz. Todos os anões serão bastardos, mas nem todos os bastardos precisam ser anões -(…) e, só por um momento, Tyrion Lannister ergueu-se alto como um rei.” p. 45

“Possuo um entendimento realista das minhas forças e fraquezas. A mente é a minha arma. Meu irmão  tem a sua espada, o Rei Robert, o seu martelo de guerra, e eu tenho a mente...” p. 92 

“- Ah, mas foi senhor – Cersei insistiu. – Quando se joga o jogo dos tronos, ganha-se ou morre. Não existe meio-termo.”  p. 346


1 comentários:

  1. Agora você entende a minha loucura e insanidade (!!!) por causa dessa série, non? Apesar de ter umas partes que são meio enrolação e paradas, ainda assim vale a pena ler só pela construção do universo e dos personagens. e que venha o próximo!
    "Winter is coming..."

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