1 de maio de 2014

[Filme] Ela


Título original: Her
Duração: 126 min.
Direção: Spike Jonze.
Roteiro: Spike Jonze.
Distribuidora: Sony Pictures.
Ano: 2013.
Avaliação: 5/5.
Sinopse: Em um futuro próximo na cidade de Los Angeles, Theodore Twombly é um homem complexo e emotivo que trabalha escrevendo cartas pessoais e tocantes para outras pessoas. Com o coração partido após o final de um relacionamento, ele começa a ficar intrigado com um novo e avançado sistema operacional que promete ser uma entidade intuitiva e única. Ao iniciá-lo, ele tem o prazer de conhecer "Samantha", uma voz feminina perspicaz, sensível e surpreendentemente engraçada. A medida em que as necessidades dela aumentam junto com as dele, a amizade dos dois se aprofunda em um eventual amor um pelo outro. (Fonte: Cinema em Cena)



Comentários:

"Ela", simplesmente, foi um dos filmes mais lindos que vi nos últimos tempos.

Ao acompanharmos o relacionamento que Theodore desenvolve com o sistema operacional denominado Samantha, somos presenteamos com uma forma sensível de se mostrar o desenvolvimento de sentimentos que acabamos nutrindo por alguém, sejam eles de amor, paixão ou amizade.

O interessante no filme é mostrar Theodore não como um verdadeiro outsider, alguém que tem dificuldades de se relacionar com o mundo e seja fechado e/ou solitário ao extremo. Muito pelo contrário. O protagonista é querido no seu ambiente de trabalho, tem amigos e, de certo modo, uma vida social. Mas a solidão vivida por ele após separar-se da mulher com quem esteve casado durante anos leva a essa busca por algo que talvez nem ele mesmo saiba exatamente o que é e que acaba encontrando da maneira mais diferente possível.

Ao adquirir os serviços deste novo sistema operacional dotado de uma inteligência capaz de se adequar às necessidades de seu usuário, o que vemos é o início de um relacionamento fora do comum e que, ao mesmo tempo, não difere muito do início de qualquer outro tipo relacionamento. Temos a descoberta em relação um ao outro, aquele maravilhamento por qualquer novo detalhe descoberto, e Samantha parece ter empatia o suficiente para entender as necessidades afetivas de Theodore, ela mesmo parecendo se interessar por tudo relacionado ao que é próprio do ser humano.

E em nenhum momento parece ser ridículo ou desconfortável o fato de quase acreditarmos que Samantha fosse uma pessoa real, pois Theodore se apaixona pela ideia que ele tem de Samantha, o modo como ela faz com que ele não se sinta solitário o tempo todo. Por ter alguém que o ouça e o entenda.

E, no fundo, não é isso o que tem acontecido em nossa sociedade moderna?

Passamos horas do nosso dia nas redes sociais ou nos comunicando por mensagens, sem ter um contato físico com o outro, e mesmo assim nos comovemos, rimos e choramos com este contato virtual - que nem por isso é menos real.

Sentimentos são abstratos, provocados por uma série de coisas que ninguém é capaz de racionalizar. E "Ela" mostra isso de uma forma incrível através de toda a construção do seu roteiro, da direção de arte e trilha sonora; mas, principalmente, por meio da interpretação magistral de Joaquin Phoenix e da voz de Scarlett Johansson (que dá vida a Samantha), que é capaz de comover e transmitir uma miríade de sentimentos somente através do trabalho vocal.

Filme mais que recomendado para este feriado.

Trailer do filme:



E "The Moon Song", que faz parte da sua trilha sonora - e te desafio a não se apaixonar pela voz da Karen O.:



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